"Este ano foi a Quinta Pedagógica dos Olivais a eleita para a realização do Dia Solidário da FMUL que se realizou no dia 15 de abril.
A nossa colaboração teve como principal objetivo associarmo-nos aos preparativos para a comemoração do 20º Aniversário da Quinta Pedagógica que se celebrou no passado dia 16 de abril.
As várias atividades a realizar foram distribuídas por cada grupo, constituído pelos participantes da FMUL, que tinham como missão por exemplo, a limpeza dos caminhos e canteiros, tratar da horta, tratar dos animais, arranjo da exposição dedicada ao evento, decorar os espaços e atividades culinárias.
Na manhã deste dia a meteorologia não ajudou principalmente aos elementos que tinham as suas funções ao ar livre, como foi o meu caso. Até à hora do almoço choveu bastante o que nos obrigava algumas vezes a recolher em pequenos abrigos de madeira.
Depois de almoço o tempo melhorou bastante o que permitiu ficarmos a conhecer melhor a quinta, os vários produtos cultivados na horta e os inúmeros animais lá existentes tanto de pequeno como de grande porte.
É de salientar a disponibilidade e auxílio por parte da equipa da Quinta Pedagógica na integração dos membros da FMUL nas várias atividades que tinham que executar.
Por fim, foi-nos oferecido um lanche de confraternização com todos os elementos da FMUL e as funcionárias da Quinta onde nos foi possível ficar a conhecer outras vivências assim como o modo de funcionamento deste espaço.
Não quero deixar de referir a importância deste tipo de eventos dando-nos a possibilidade de reunirmos, comunicarmos e convivermos com outros colegas da FMUL que de outro modo não nos era possível."
Maria de Lurdes Barata
"Certamente que as vivências de um evento como o “Dia Solidário” num local como a Quinta Pedagógica variam individualmente, não só pela diversidade de experiências pessoais, como pela multiplicidade de tarefas que nos foram atribuídas no próprio evento, agrupados em pequenas equipas ou até por vezes convidados a atuarmos a “solo”.
Para além da alteração da rotina, que muito bem ao ânimo me fez, destaco o saudável e profícuo convívio com os colegas que se envolveram nesta atividade, ou a prática de tarefas relacionadas com o quotidiano rural, algumas das quais constituíram uma completa novidade para mim.
Por uma horas senti-me um “homem do campo” e aprendi várias lides e muitos ensinamentos sobre o tratamento de cabras e ovelhas… com a vantagem de não ter que lidar com o “peso da obrigação”, ou seja, o facto de ser voluntário e ter consciência de que (infelizmente) no dia seguinte não teria o dever de tratar estar envolvidos nas tarefas para onde fui destacado, funcionou como um bálsamo retemperador, ao nível da descontração sentida num fim de semana prolongado.
E foi de facto uma atividade solidária?
Para mim foi, claramente.
Não daquela forma tão óbvia como ajudar a construir uma escola numa aldeia perdia nos confins mais remotos da civilização, ou como o heroísmo de contribuir para desencarcerar uma vítima soterrada após um sismo e trazê-la com alegria para o primeiro dia do resto da sua vida… mas, parafraseando William Shakespeare, que há escassos dias esteve de novo na moda, «sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos», ou seja, não é preciso ajudarmos a salvar o mundo para que nos possamos sentir recompensados pelo nosso contributo solidário, basta por vezes ajudar um idoso a atravessar a rua, transmitir uma direção a uma pessoa perdida ou contribuir para aliviar o trabalho do próximo.
E foi essa uma das virtudes deste dia bem passado, sinto que também contribui para aliviar o trabalho das pessoas que, por obrigação e diariamente, fazem aquilo que eu fiz por elas, libertando-as para os (muitos) preparativos da festa que iria ter lugar no dia seguinte."
Miguel Andrade |